Arthur Luiz Piza nasceu em 1928, é gravador, desenhista e escultor. Iniciou sua formação artística já aos 15 anos, quando estudou pintura e afresco com Antonio Gomide. Após participar da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, se mudou para Paris, onde passou a frequentar o ateliê de Johnny Friedlaender e aperfeiçoou-se nas técnicas de gravura em metal, água-forte, talho-doce, água-tinta e ponta-seca.
Em 1953, participou da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e recebeu o prêmio aquisição. Na 5ª Bienal, em 1959, foi contemplado com o grande prêmio nacional de gravura. Nesse período, começa a fazer relevos, picotando suas aquarelas e aproveitando os fragmentos em colagens sobre tela, papel, cobre e madeira. Posteriormente cria relevos de metal sobre sisal, e produz peças tridimensionais em grande escala e trabalhos em porcelana e ourivesaria.
Realizou ilustrações para diversos livros, de tiragens reduzidas. No fim dos anos 1980, cria um mural tridimensional para o Centro Cultural da França, em Damasco, Síria. Em 2002, são apresentadas na Pinacoteca do Estado de São Paulo – Pesp, e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – Margs, em Porto Alegre, duas amplas retrospectivas de sua obra.
Piza já realizou de mais de 75 exposições individuais, 100 coletivas e participou por nove vezes da Bienal Internacional de SP e outras 44 vezes pelo mundo. A primeira grande individual de Piza aconteceu no ano de 1958, no MAM/SP, e em seguida pelas galerias e museus de outros diversos países.
Possui trabalhos nas coleções: Solomon Guggenheim Museum de Nova Iorque, Museu de Arte de Lodz, Albertina Museum de Viena, Museu de Arte Moderna de Belgrado, Galleria Nazionale di Arte Moderna de Roma, Museu de Arte Moderna de Nova Iorque [MOMA], MAM do Rio de Janeiro e MAM São Paulo, MAC São Paulo, Biblioteca Nacional de Paris, Victoria and Albert Museum de Londres, Art Institute de Chicago, Museu de Portland, Centro Georges Pompidou de Paris, na Tate Gallery, Londres entre outros.
Entre os diversos prêmios de sua carreira, estão os requisitados Prêmio aquisição na 2a. Bienal de São Paulo (1953); Prêmio Nacional de Gravura na 5a. Beinal de São Paulo (1959); Prêmio David Brigth na Bienal de Veneza de 1966; Medalha de Ouro na 2a. Bienal de Florença (1970); Prêmio de Gravura na 3a. Bienal de Cracôvia (1970); Prêmio do Júri da Bienal da Gravura da Noruega em 1980 e Grande Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo em 1994.
"Aquele que esculpe e grava no coração mas que também imprime signos é, em latim, um Piza sculpsit. Conhece-se, é certo, sua obra gravada e esquece-se que ele trabalhou a matéria e é bom reencontrar suas esculturas para compreender melhor o processo, uma mesma escrita cerrada mas fluida, firme e suave como a aurora sobre claros relevos ainda adormecidos. Saberá Piza aonde está indo? Basta-lhe entalhar os signos para desafiar o tempo, trabalhar indefinidamente com um buril preciso, ferir a casca, animar a pele das coisas para que surja enfim na superfície da terra o longo trabalho dos abismos. Como as tabuinhas acadianas, como um novo alfabeto braille, tantas mensagens cujo significado escapa ao artista; porém, mais que o código, o que importa é a escrita em si, esse jogo extremamente limitado de signos e conjuntos constantemente retomado, até a obsessão, sem por isso implicar repetição ou monotonia. O que importa é a simplicidade táctil do estilo, o rigor de uma poesia para ser tocada, música austera da sombra e da luz. Assim Piza percorre o espaço do sonho e o entalha com suas constelações. Ele alinha seus declives brancos para a assembléia dos clarividentes“.
François Mathey
MATHEY, François. In : PIZA. Arthur Luiz Piza. São Paulo