Roberto Matta (1911-2002) foi um dos mais famosos pintores chilenos e uma figura muito importante no abstracionismo expressionista e arte surrealista.
Estudou Arquitetura na Universidade Católica de Santiago, formando-se em 1931. Viajou para Paris, onde trabalhou com Le Corbusier (1934). Em 1937, depoisd e trabalhar com Walter Gropius e MoholyNagy, conheceu André Breton, Garcia Lorca e Salvador Dalí, abraçando a estética surrealista, pintando sua Morfologias Psicológicas (1938-1939) logo depois, explorando o inconsciente e o ‘automatismo absoluto’.
A eclosão da II Guerra Mundial levou-o a emigrar para os Estados Unidos. Em 1939 foi para Nova York, realizando sua primeira exposição individual. Sendo reconhecido como o introdutor do surrealismo não só no Chile como nos EUA também. A força de Los grandes transparentes (1942) lhe rendeu o convite de Breton para que ilustrasse o último Manifesto Surrealista.
Nos eua suas obras tiveram grande relevância, projetando-o mundialmente. Nos anos 40 suas obras anteciparam muitas inovações do expressionismo abstrato, influenciando artistas como Groky e Motherwell. Ao fim da guerra, produzia obras cada vez mais monstruosas, com crianças torturadas, criaturas humanoides etc. Sua obra virou narração, trazando a crítica profunda, levando a paródia da irracionalidade da sociedade moderna.
Foi expulso do grupo surrealista e da Escola de Nova York, mudando-se para Roma. Nos anos 50 tornou-se politizado frente a realidade latino-americana, assumiu posições de esquerda e com sua obra denunciava torturas, as injustiças da Guerra do Vietnã e defendia a causa de Fidel Castro.Nessa época também pintou obras como Nacimiento de América. Em 1956 pintou o mural La duda de los tres mundos na UNESCO. Começo dos anos 70 voltou ao Chile, convidado por Salvador Allende e trabalhou em murais coletivos. Em 73 participou de uma exposição na Itália em protesto contra Augusto Pinochet.
Em 1991 inaugurou o mural em homenagem aos 500 anos da descoberta da américa. Suas inúmeras exposições destacam-se as do MAM em Nova York (1953) e a do Instituto Contemporaneo de Boston. Recebeu, entre outros, os prêmios Medalha de Ouro de Belas Artes Espanholas (1985), Príncipe das Astúrias (1992) na Espanha, Prêmio Herbert Baeckl (1992) na Áustria e o Prêmio Nacional de Arte (1990), no Chile. Paralelo à pintura, Matta experimentou métodos de criação com fotografia e vídeo.