Enrico Bianco nasceu em Roma em 1918, e começa a pintar aos seis anos de idade, incentivado pelos pais. Estudou desenho e pintura com alguns nomes conhecidos da arte italiana, como Deoclécio Redig de Campos, que chegou a diretor do Museu do Vaticano e de Dante Ricci, professor da família real. Em 1937, conduzido pelas forças do destino, Enrico Bianco chegou ao Rio de Janeiro, acompanhado do pai e da irmã, estabelecendo-se para sempre no Brasil. Meses após a chegada, teve um encontro que marcou-o pelo resto da vida, o pintor Paulo Rossi lhe sugeriu visitar uma obra que Portinari estava preparando na sede do Ministério da Educação. Ele foi, mas só encontrou lá três ajudantes: Burle Marx , Inês e Ruben Cassa e ao perceber as dificuldades que os três estavam tendo com a ampliação, em afresco, da mão de um garimpeiro, pediu que o deixassem tentar e, contando com o assentimento, pintou sozinho aquele detalhe.Pouco depois chega Portinari e, com intuição de mestre, percebeu a interferência, perguntando com irritação: Quem é que fez aquela mão ali? Os discípulos apontaram para Bianco, encolhido a um canto, a quem o mestre, aparentemente, deu pouca ou nenhuma atenção, mas ao se despedir do mestre Portinari, ele lhe perguntou: aonde vai?Vou para casa, respondeu Bianco.O mestre estendeu-lhe a mão, com a mesma cara de zangado e lhe perguntou: Mas amanhã você volta, não volta?
Foi assim que, o jovem pintor foi se integrando à equipe de Portinari, tornando-se, por muitos e muitos anos, um valoroso colaborador e amigo particular, onde o mestre o escolheu para ser padrinho do seu único filho João Candido Portinari. Por ter escolhido o Brasil como sua segunda pátria, por ter-se fixado aqui para sempre, e por ter desenvolvido aqui praticamente toda sua obra, com influência inegável de artistas brasileiros, e tendo, como tema de trabalho, a vida, os costumes e a sociedade brasileira, Bianco pode ser incluído, com muita propriedade, entre os Pintores do Brasil.