Tarsila do Amaral nasceu em 1886, no interior do Estado de São Paulo. Estudou no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, ‘Sagrado Coração de Jesus’, em 1904.Começou a estudar escultura, com Zadig, passando a ter aulas de desenho e pintura no ateliê de Pedro Alexandrino em 1918, onde conheceu a pintora Anita Malfatti. Em 1920, foi estudar em Paris, na Académie Julien e com Émile Renard. Ficou lá até 1922 e tomou conhecimento da Semana de Arte Moderna, através das cartas da amiga Anita Malfatti. Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista no qual faziam parte: Tarsila, Anita, Oswald, e os escritores Mário de Andrade e Menotti Del Picchia e com isso entrou em contato com a arte moderna. Tarsila também estudou com o mestre cubista Fernand Léger, onde a artista mostrou a ele a tela ‘A Negra’, que causou entusiasmo e até chamou os outros alunos para ver o quadro. A artista estudou também com Lhote e Gleizes, outros mestres cubistas. Tarsila encontrou em Minas as cores que adorava quando criança, mas foi lhe ensinado, que eram cores feias e caipiras, porém, depois vingou-se da opressão, passando-as para as suas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante... E essas cores tornaram-se uma das marcas da sua obra, assim como a temática brasileira, com as paisagens rurais e urbanas do nosso país, além da nossa fauna, flora, folclore e do nosso povo. Ela dizia que queria ser a pintora do Brasil. E esta fase da sua obra é chamada de Pau Brasil, e temos quadros maravilhosos como ‘Carnaval em Madureira’, ‘Morro da Favela’, ‘EFCB’, ‘O Mamoeiro’, ‘São Paulo’, ‘O Pescador’, dentre outros. Em 1926, Tarsila fez sua primeira Exposição individual em Paris, com uma crítica bem favorável. Neste mesmo ano, ela casou-se com Oswald. Em 1928, Tarsila pintou o ‘Abaporu’ e quando Oswald viu, ficou impressionado e disse que era o melhor quadro que Tarsila já havia feito. Chamou o amigo e escritor Raul Bopp, que também achou o quadro fantástico. Batizou-se o quadro de Abaporu. Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico. A figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir, a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro. Valorizando o nosso país. Outros exemplos de quadros desta fase dita Antropofágica são: ‘Sol Poente’, ‘A Lua’, ‘Cartão Postal’, ‘O Lago’, ‘Antropofagia’, etc. Nesta fase ela usou bichos e paisagens imaginárias, além das cores fortes. Tarsila fez sua primeira Exposição Individual no Brasil, e a crítica dividiu-se, pois muitas pessoas ainda não entendiam sua arte. Em 1931, Tarsila expôs em Moscou, lá sensibilizou-se com a causa operária. Em 1933 pintou a tela ‘Operários’, pioneira da temática social no Brasil. Desta fase, temos também a tela ‘Segunda Classe’ e outras que podemos atribuir ao social, mas com menos destaque como ´Costureiras´ e ´Orfanato´. Trabalhou como colunista nos Diários Associados do seu amigo Assis Chateaubriand de 1936 até meados dos anos 50. Tarsila participou da I Bienal de São Paulo em 1951, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo, e participou da Bienal de Veneza em 1964. Em 1969, teve a Exposição, ‘Tarsila 50 anos de pintura’.